Projetos de Controle Populacional

Somos especializados em ações de CED

O Brasil possui mais de 30 milhões de animais abandonados: são cerca de 20 milhões de cachorros e 10 milhões de gatos! (OMS, 2022).

Dados de 2022-23, a partir de uma pesquisa da Mars em parceria com especialistas e organizações em bem-estar, chegaram a números semelhantes com base em pesquisas primárias e secundarias: estima-se que 25% da população total de animais estejam nas ruas. Em um dos questionamentos realizados pela pesquisa, com uma amostra de 1241 tutores e não tutores, verificou-se que 53% das pessoas possuíam interesse em adotar um cão, e apenas 37% tinham interesse em adotar um gato.

De acordo com um levantamento do Instituto Pet Brasil (IBP, 2022), mais de 184 mil animais foram resgatados por ONGs e grupos de protetores. Dentro desse número, 96% eram cachorros e apenas 4% eram de gatos.

A proporção menor de interesse na adoção de gatos ainda passa por muitas questões de desinformação a respeito da adaptação dos animais em residências e preocupações diversas com alergias e transmissões de doenças.

O Instituto Resgatamente é uma ONG que já “nasce” com uma experiência acumulada de mais de 5 anos com ações de incentivo a adoção e resgate de animais, especialmente com ações com felinos de CED (Captura, Esterilização e Devolução).

Abandono de animais é crime!

Desde 1998, a Lei Federal 9605/98 contra crimes ambientais já considerava como crime de maus tratos as ações de abandonar, ferir, mutilar, não disponibilizar abrigo para sol e chuva, não alimentar e nem dar água, além de negar assistência veterinária – tais atos poderiam implicar na detenção do infrator pelo prazo de 3 meses a 1 ano.

Em 2020, a Lei Federal 14064/20, trouxe penalidades ainda mais severas, com possibilidade de se chegar à uma pena de reclusão de 2 a 5 anos, multa e risco de se perder a guarda de animais. Em situações de morte de animais, a pena pode ser aumentada em 1/6 ou até 1/3 a mais!

Se alguém testemunhar o abandono de animais, pode denunciar na Delegacia de Polícia, Promotoria de Justiça do Meio-Ambiente, Ministério Público ou IBAMA. Algumas opções de contato: 0800 61 8080 e linhaverde.sede@ibama.gov.br.

Para se evitar o abandono de animais, contudo, algumas ações mais amplas de conscientização da população sobre responsabilidades antes de se adotar ou comprar um animal, em conjunto com controle populacional também são importantes.

CED: Captura, Esterilização e Devolução

Ferramenta efetiva para controle populacional

O descontrole populacional de animais domésticos afeta toda a sociedade e biodiversidade local. As preocupações começam com o aumento da competição por recursos e riscos de invasões a propriedades privadas para alimentação e abrigo, até chegar a um risco maior de transmissão de doenças pela falta de cuidados com esses animais.

Se considerarmos a reprodução desordenada de cães e gatos, as estimativas por ano podem chegar a:

  • Cachorros: 10 filhotes por ano (cerca de duas gestações com 5 a 6 filhotes);
  • Gatos: 16 filhotes (até 4 gestações com cerca de 4 filhotes).

O CFMV (Conselho Federal Medicina Veterinária) orienta que as ações de controle populacional de cães e gatos sejam coordenadas em 3 etapas:

  • Acolhimento, identificação, registro e triagem;
  • Vacinação, quarentena e restituição aos tutores (quando possível);
  • Esterilização cirúrgica do restante dos animais.

As políticas públicas tem sido ineficientes para controle populacional efetivo, pois, além das ações recomendadas pela CFMV, ainda seriam necessárias ações complementares de conscientização das pessoas, desde incentivo à adoção de animais, até a correta orientação sobre o que fazer em casos de colônias de animais quanto à alimentação e higiene de gatos e cachorros abandonados.

Ações de CED (Captura, Esterilização e Devolução) aparecem como uma das ferramentas mais efetivas e de manejo ético para esse controle populacional de animais domésticos. Países de todo mundo já usam essa prática – nos Estados Unidos, por exemplo, a prática de CED já acontece de maneira coordenada desde a década de 1990. Um estudo feito pela Universidade da Flórida no período de 28 anos (1996-2019) demonstrou a redução de 85% em uma população de felinos.

O Instituto Resgatamente é especializado em ações de CED. Nosso diferencial é que vamos além da pura execução dessas atividades, quando oferecemos a opção de realizarmos projetos que complementam a conscientização da população e uso de animais no apoio de ações para saúde mental.

CED: Captura, Esterilização e Devolução

Benefícios desse protocolo

Quem não se recorda das “carrocinhas”, extintas em 2014, eram usadas para remoção de animais capturados para fins de “controle populacional”. Gatos e cachorros eram laçados à força, de qualquer maneira e encaminhados para os Centros de Zoonoses, onde uma pequena parcela era acolhida ou adotada: a maior parte era, infelizmente, sacrificada…

Ainda hoje, muitas pessoas ainda sacrificam os animais ou até procuram empresas não-idôneas para esse tipo de serviço.

A Captura, Esterilização e Devolução de felinos que vivem em colônias é recomendada por conta dos pontos abaixo:

  • Sacrifício de animais não é uma opção!
  • Simples remoção de animais para outras áreas seria apenas a “transferência” do problema para outro local!
  • A castração, sem a devida coordenação com a devolução dos animais para seus locais de origem, não é recomendada para os gatos: como animais territorialistas, estes tendem a buscar seus habitats originais – muitos podem passar dias a fio buscando seus habitats originais!
  • Muitos dos felinos que habitam em colônias, são considerados como “ferais”: não podem ser domesticados e, portanto, não seria possível encaminhá-los para ações de adoção.

Alguns dos principais benefícios das ações de CED:

  • Controla a população de animais de vida livre, reduzindo o número de ninhadas nas ruas;
  • Diminui os gastos operacionais de abrigos com novos animais;
  • Diminui os danos à fauna, causados pela caça dos felinos;
  • Contribui para a saúde pública, controlando e prevenindo zoonoses.

Planejamento das atividades de CED

(Captura, Esterilização e Devolução)

É muito comum, que as pessoas que buscam por apoio profissional para as ações de CED, já tenham feito algumas tentativas de resolver o problema sem sucesso: desde o uso de armadilhas improvisadas, passando por dificuldades de sincronizar a ação de castração no tempo certo, manejo inadequado dos animais (alimentação, higiene etc), até falta de rede de apoio para correto direcionamento de ações posteriores (como conscientização da população e ações de manutenção necessárias, adoção, encaminhamento para veterinário de animais doentes etc).

Dessa maneira, o trabalho profissional, para ser efetivo, deve envolver um planejamento das ações em conjunto com as pessoas que convivem com o problema.

Numa conversa inicial, são mapeados:

  • Quantidade estimada de animais;
  • Levantamento de hábitos alimentares: locais, horários, tipos de alimentos;
  • Áreas em que esses animais circulam, como locais de descanso/abrigo e se costumam invadir residências ou outras propriedades privadas;
  • Riscos a que esses animais estão sujeitos, tais como: atropelamentos, ameaças de outros animais, tutores displicentes, dentre outros.

A partir dos levantamentos acima, é feito o planejamento das ações de CED. O tempo de captura é o mais difícil de ser previsto, mesmo que o número de animais seja pequeno, pois, quanto mais tentativas frustradas tiverem acontecido no passado, maior a probabilidade da captura ser mais complexa e morosa!

Feito o mapeamento inicial, são planejados os recursos necessários, como: quantidade de transportes, quantidade de equipamentos para monitoramento dos animais antes da captura, veículos necessários para transporte, clínicas veterinárias aptas para rápida realização da castração e devolução, etc.

O Instituto Resgatamente já nasce com muita experiência nas atividades de CED (Captura, Esterilização e Devolução). Falem conosco!

Como funciona a captura de animais?

Para captura de cães e gatos (maior parte dos casos para os quais somos acionados), são utilizadas armadilhas e algum tipo de alimento para atraí-los. O conhecimento sobre hábitos dos animais e como foram as tentativas de captura anteriores, irão ajudar na escolha dos recursos mais adequados, como:

  • Equipamentos eletrônicos para captação de imagens diurnas / noturnas e som apoiam no mapeamento da quantidade de animais, comportamentos e acionamento das armadilhas;
  • Gaiolas*: Aqui temos uma gama muito grande de possibilidades e cada detalhe pode fazer a diferença, como: barulho e agilidade para acionamento da gaiola/armadilha, se há uma rampa/base em que o animal poderá se assustar ao pisar sobre a mesma, tamanho e resistência da gaiola, facilidade que a gaiola possui para transferência do animal para a caixa de transporte, dentre outros aspectos. (*Preferimos evitar nomes como “gatoeiras”, para que não haja qualquer alusão à ideia de machucar os animais e, muito menos, sacrifício dos mesmos);
  • Alimentos: aqui, vale a adaptação conforme o tipo de animal (cão ou gato, por exemplo) – ração, petiscos, sachês e patês são as principais opções. Muitos animais já passaram por tantas tentativas sem sucesso, que acabam virando experts em comerem os alimentos sem acionarem as armadilhas. O cuidado aqui também deve ser com o tempo de exposição desses alimentos e atração de outros animais, os quais não são alvo das ações de captura (como ratos, gambás e insetos, por exemplo).

Esses recursos são extremamente importantes no processo de captura, mas a habilidade e experiência do profissional, que está conduzindo a ação, é que serão os grandes diferenciais de sucesso. As ações de captura, quer sejam durante o dia e/ou à noite, na chuva e/ou no sol, irão requerer paciência, resiliência e agilidade do profissional em questão.

O Instituto Resgatamente já nasce com a experiência de mais de 2.500 animais capturados!

Como é feita a esterilização (castração) dos animais)?

Após a captura, alguns cuidados são muito importantes, pois os animais costumam ficar muito assustados e em alto nível de stress. Esses cuidados vão desde a cobertura de gaiolas, passando pelas condições do local onde irão aguardar pela cirurgia, tempo necessário de jejum e preparo pré-anestésico.

A cirurgia de esterilização recomendada ė sempre a que for, minimamente invasiva e segura. Para cachorros e gatos, o procedimento mais comum, para machos, é a orquiectomia, que consiste na retirada dos dois testículos. Já para as fêmeas, é recomendada a ovarietoctomia, que é a remoção tanto do útero, quanto dos ovários. A cirurgia das fêmeas é interna e exige maiores cuidados e habilidade. Os cuidados posteriores, para machos e fêmeas, incluem a preservação dos pontos, boa alimentação, tranquilidade e observação.

Os benefícios da esterilização/castração vão além da questão de controle populacional, pois ajudam na melhora do comportamento dos animais e diminuem incidência de algumas doenças graves – como tumores nos testículos, próstata e mamários.

Durante a sedação para a cirurgia de castração, recomenda-se o pequeno corte reto na orelha esquerda, com tesoura cirúrgica, para identificação de gatos castrados de vida livre. Trata-se de um protocolo internacional para identificação dos animais a fim de se evitar novo stress com captura e novos riscos com outro procedimento cirúrgico. Muitos ativistas se preocupam com a questão de maus tratos do animal com esse corte da orelha, mas o animal não sofre nada, além de estarem sob o efeito da anestesia/sedação, esta área da orelha é pouco vascularizada, com rápida cicatrização.

O Instituto Resgatamente possui uma rede de clínicas parceiras que apoiam nos serviços de esterilização/castração, de maneira muito ética com os animais. Você conhece uma colônia onde mora ou trabalha? Entre em contato conosco!

Saiba mais sobre como funciona a Devolução dos Animais

Antes de falarmos da devolução, é importante relembrarmos o contexto das atividades de CED (Captura, Esterilização e Devolução) de felinos de colônias, considerados como “ferais” e que tendem a ser mais agressivos e não aceitarem interações com as pessoas. Como o objetivo da CED é o controle populacional, o tempo e recursos que, eventualmente, poderiam ser utilizados para domesticar esses gatos e encaminhá-los para adoção, deixam de fazer sentido como algo efetivo.

O ideal é que os animais sejam devolvidos aos seus habitats originais em até 24h após a captura. Esse cuidado minimiza as chances dos animais não se readaptarem ou de de tentarem retornar ao local onde estavam habituados, por conta do seu instinto territorialista. A devolução é recomendada, até mesmo, para os filhotes acima de 8 semanas, fêmeas lactantes, e animais doentes (após passarem por cuidados veterinários).

Em caso de situação de filhotes de até 4 semanas, vale uma análise cuidadosa da colônia pra ver se faz sentido o resgate de mãe e filhotes naquele momento ou dali alguns meses, quando todos puderem ser castrados. Se os filhotes estiverem sem a mãe, o resgate faz sentido para que estes tenham os cuidados neo-natais, e depois a reavaliação para eventual retorno à colônia (se a mãe reaparecer, por exemplo) ou encaminhamento para adoção.

Para reforçarmos a necessidade da devolução dos felinos de vida livre, é importante explicarmos o que se chama de “nicho vago” (também chamado aqui no Brasil de “efeito vácuo”), que é a substituição de uma população por outra, caso os gatos não retornem às suas colônias originais. Para se evitar que isso aconteça, além da devolução dos animais aos seus habitats originais, é vital que se faça um plano de manejo para se controlar a situação a longo prazo.

O Instituto Resgatamente pode ser o parceiro da sociedade para projetos de controle populacional de felinos e outros animais.

Ações para conscientização da população

Vale a pena pensarmos em quem são os principais grupos que entram em contato conosco:

  • Pessoas Físicas preocupadas com a causa animal e que vivenciam uma situação isolada ou crônica em sua residência, bairro, trabalho ou outros locais;
  • Entidades ou Associações, que já possuem uma característica coletiva organizada, tais como igrejas, clubes, associações de bairro e condomínios;
  • Órgãos Públicos, como prefeituras, secretarias do estado ou órgãos federais – normalmente para complementação de ações públicas em conjunto com os Centros de Zoonoses;
  • Outras ONGs que precisam complementar suas atividades de apoio aos animais e não possuem recursos suficientes ou mão de obra especializada;
  • Empresas privadas, cujos negócios estão sendo afetados pela presença desses animais, colocando em risco o patrimônio e/ou segurança de seus clientes.

As ações de conscientização desses grupos começam pela correta orientação sobre a maneira como estes lidam com esses animais, desde a alimentação, passando por locais de abrigo, como irão interagir com esses animais e como serão feitos os trabalhos de manutenção e observação das colônias no futuro.

A assertividade das ações de conscientização é que varia de grupo pra grupo: quanto mais individual e provida de empatia, maiores as chances de sucesso. Cada projeto vai exigir um olhar cuidadoso – haverão casos em que a conscientização deverá ser olho no olho, outros casos em que será necessário o acolhimento de seres humanos e animais; casos de olhar social, comunitário e também casos de olhar corporativo e de rotinas de trabalho e funcionários. Todos casos são bem-vindos!

Cuidados na contratação de empresas para serviços de controle populacional

Essa foto já traz uma das maiores preocupações em relação a um trabalho sério de controle populacional de animais abandonados: jamais confundam controle populacional com extermínio de animais! O veneno, conhecido como “chumbinho”, apesar de ilegal, ainda é visto, infelizmente, como opção para muitas pessoas e empresas que se dispõem a tratar do tema. Além de representar uma das formas mais cruéis para extermínio de animais (crime), ainda traz sérios riscos de morte, se ingeridos por alguma pessoa.

Empresas que se apresentam como especialistas em dedetização e controle de “pragas,” e que colocam no mesmo grupo as ações com cachorros e gatos, pombos e ratos, já suscitam uma preocupação inicial. Vale o cuidado! Vale a pesquisa! Vale a busca por ações que envolvem o correto entendimento e planejamento do manejo dos animais. Soluções rápidas e sem planejamento podem significar extermínio de animais e agravamento do problema em médio e longo prazo.

A contratação dos serviços e seus cuidados também precisam considerar o necessário envolvimento e entendimento das pessoas que convivem com o tema, pois muitas vezes nos deparamos com pessoas contrárias às ações de CED no momento de captura, por exemplo. Sem conhecerem os objetivos e sequência do trabalho, a comunidade pode se opor à presença do profissional e dificultar ou inviabilizar o trabalho – dessa maneira, a conscientização pode ter que ser feita antes e depois das ações de CED.